O fim anunciado de uma era? | Page 3 | FerrariChat

O fim anunciado de uma era?

Discussion in 'Portugal' started by AlfistaPortoghese, Oct 29, 2014.

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  1. AlfistaPortoghese

    AlfistaPortoghese Moderator
    Lifetime Rossa

    Mar 18, 2014
    3,778
    Europe, but not by much.
    Full Name:
    Nuno
    Precisamente, Ricardo! O 458 na globalidade das suas versões mas, nomeadamente o Speciale, é um marco. Inesquecível. Não me importaria rigorosamente nada de juntar um Speciale ao Italia. Na minha óptica, não se excluem mutuamente em nenhum campo! Há inclusive quem vaticine que, daqui por uns anos, não obstante as unidades produzidas (o Speciale é uma edição especial - não é uma edição limitada), se possa assemelhar aos valores actuais do F40 (outro fim de ciclo!).

    Começam inclusivamente a surgir indicadores nesse sentido, ainda que estejamos ainda muito em cima do acontecimento, factor que torna ténue análises mais abrangentes. Todavia, parece existir já um certo reconhecimento do impacto histórico do 458 e do fim da era di Montezemolo:

    http://www.ferrarichat.com/forum/458-italia-488/550027-458-slowest-depreciating-car.html

    Também o 812 Superfast o será se, eventualmente, se confirmar ser o último V12 NA.

    Sinto-me grato por ter tido a sorte de ser contemporâneo do motor NA e de ainda dele ter desfrutado em pleno (continuarei a desfrutar e não há nada que Governo algum ou União Europeia alguma me impeça de o fazer, dê por onde der!). Em breve, até disso seremos privados. Ou devido a Maranello, ou devido a Bruxelas.

    Um abraço e muito obrigado pelo vídeo, Ricardo. Que vídeo e que Speciale!
     
  2. Makuono

    Makuono Formula Junior
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    Feb 15, 2014
    998
    Full Name:
    Ricardo
    Sobre um dos caminhos possíveis para o futuro do automóvel desportivo:

    https://**********.com/p/dScM73xFQd2Q80wEPyAGiQ?iid=Jyv6hREXTNm7zLE_0BiAZg&utm_campaign=main+&utm_medium=fb&utm_source=organic

    Entrevista ao CEO da Rimac. É bom tentarmos perceber o que está a ser preparado na industria.

    Qual a vossa opinião? Será que mesmo ao nível do prazer de condução o super-carro eléctrico irá oferecer tantas possibilidades de customização e eficiência que nos irá fazer esquecer dos ICE? E sobre o acidente do Hammond, será que o piloto não estava à espera da layer de AI do carro, tendo havido uma má interpretação de "ambas" as partes, resultando no acidente?
     
  3. Makuono

    Makuono Formula Junior
    Silver Subscribed

    Feb 15, 2014
    998
    Full Name:
    Ricardo
    Verdade! No que respeita a automóveis - e não só, somos uns privilegiados. Estamos a poder observar e usar dos produtos mais interessantes de sempre. Nada será como dantes.
     
  4. AlfistaPortoghese

    AlfistaPortoghese Moderator
    Lifetime Rossa

    Mar 18, 2014
    3,778
    Europe, but not by much.
    Full Name:
    Nuno
    É uma excelente questão, Ricardo!

    Acredito pia e plenamente que o veículo eléctrico demonstra imenso potencial no que a performance (binário, velocidade máxima e aceleração) diz respeito. Todavia, acredito firme e igualmente que deslocar-me mais rápido não é obrigatoriamente sinónimo de me deslocar "melhor" (lato sensu).

    Existem várias componentes, umas mais mensuráveis que outras, que englobam o acto de nos apaixonarmos por um carro, ou preferirmos um carro em detrimento de outro presente na nossa "shortlist" e, bem assim, no que toca a sentir prazer de condução. O som é uma delas, falando pessoalmente. O veículo eléctrico, pela sua essência, natureza e concepção, nunca poderá oferecer algo nesse campo que não seja artificial. Perde-se assim uma vertente praticamente indissociável do prazer de conduzir um veículo desportivo (para nem abordar a temática de sustentabilidade do modelo: o veículo eléctrico não me parece revestir-se das soluções necessárias para diminuir a pressão sobre o consumo de combustíveis fósseis: tal prerrogativa parece-me recair eminentemente sobre o veículo movido a hidrogéneo).

    Convém, a esta altura, referir que a opinião supra explicitada diz tanto ou mais sobre mim do que propriamente sobre o dilema em mãos: sendo um conservador e um nostálgico, acredito que existe sim um romantismo associado aos motores naturalmente aspirados e movidos a combustível fóssil que sucedâneo algum conseguirá atingir a paridade ou superar. A novidade, só por sê-lo, não me interessa nem me excita. A novidade nem sempre é melhor porque é nova. Será melhor na medida em que é nova e, paralelamente, agrega e acrescenta valor.

    Relativamente ao que o Ricardo refere, considero que a indústria automóvel se encontra perante um enorme, complexo e apaixonante desafio: o da integração da inteligência artificial em automóveis e, bem assim, a reformulação e reinterpretação necessárias da interacção binomial entre o Homem e a máquina. Não consigo encontrar respostas, mas tropeço em novas perguntas amiúde!

    Uma das questões que me fascina e que, de certo modo, poderá ser extrapolada para toda uma míriade de analogias: em caso de iminente colisão e acidente entre um veículo dotado de inteligência artificial tripulado por um humano e um peão, por exemplo: calculando probabilidades matemáticas de perda de vida decorrente da colisão, que decidirá a inteligência artificial fazer ao intervir? Preservar a vida do ocupante do veículo em detrimento do peão, ou arriscar a vida do condutor preservando primordialmente a integridade física do transeunte?

    Parecem divagações e devaneios dignos de uma obra de ficção científica mas permanece o facto que o futuro está aí e, conceptualmente, como o Ricardo refere e muito bem a meu ver, a indústria começa a cogitar e a preparar o futuro. O que estará reservado para o automóvel exótico de performance num novo paradigma automóvel, ambiental, político e ambiental? Desconheço, mas arrisco vaticinar que a rapidez será conservada, ostracizando paulatinamente o condutor, removendo-lhe ou importância primordial a nível de inputs, ou privando-o de pequenas coisas que compõem a magia de estar ao volante de um veículo exótico de elevada performance: quer seja o som do escape, quer seja a transmissão manual, quer seja o cheiro a gasolina, etc. Parece-me impossível avançar em direcção ao futuro sem comprometer uma determinada aura e romantismo.

    Aguardo com expectativa as V. opiniões, pois é do debate e de ideias em saudável e cordial confronto filosófico, qual tertúlia, que o futuro se molda.

    Um abraço.
     
  5. Makuono

    Makuono Formula Junior
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    Feb 15, 2014
    998
    Full Name:
    Ricardo

    Caro Nuno,

    Essa temática também me fascina imenso, vou lendo tudo o que posso acerca do assunto. Obrigado por abrir a discussão.


    O MIT está desde há alguns anos a estudar esta temática. Pode ser observada e testada aqui:
    http://moralmachine.mit.edu

    Talvez estejamos a distanciar-nos do tema do thread, mas é extremamente interessante e aparentemente está mais próximo do que julgamos.

    Abraço,

    Ricardo



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  6. AlfistaPortoghese

    AlfistaPortoghese Moderator
    Lifetime Rossa

    Mar 18, 2014
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    Full Name:
    Nuno
    Ricardo,

    Eu é que tenho a agradecer, muito em especial por ter dado o pontapé de saída sobre uma temática sobremaneira importante, fracturante e tão actual.

    Agradeço-lhe encarecidamente a partilha do teste do MIT. Acabei de o realizar e terminei questionando as minhas decisões, em face de tão complexas e potencialmente nefastas consequências! Tantas certezas na hora da resposta, tantas dúvidas após examinar os resultados das minhas escolhas! Em todo o caso, gostei imenso da experiência: extremamente reveladora e "insightful"! O Ricardo, não possuo dúvidas, é imensamente mais versado nestes temas do que eu. Pessoalmente, nada mais tenho a não ser curiosidade, interesse e vontade de pensar e aprender. Por favor não se abstenha de realizar estas enriquecedoras partilhas!

    Há apenas um par de décadas (talvez até menos do que isso), também continha laivos de ficção científica, do ponto de vista da engenharia mecânica, afirmar que se iriam produzir motores de 2 ou 3 cilindros a gasolina ou ainda motores diesel de cerca de 1.300cc3, a debitar mais de 100 cavalos quando acoplados a um turbocompressor. Que seria exequível equipar SUVs com motores 1.0 de cilindrada. Que existiriam automóveis exóticos de alta performance híbridos ou mesmo totalmente eléctricos. No entanto, ei-los em força um pouco por todo o mundo ocidental. Assim se passará, acredito, com a temática em mãos.

    De que forma a Ferrari encarará estes e outros desafios futuros? Que medidas tomará para preservar o seu ADN e enquadrará o próximo paradigma nos pergaminhos desportivos que primam pela transmissão de sensações únicas ao volante?

    Deixando por breves instantes o futuro de lado, parece cada vez mais provável, segundo alguns rumores internos da indústria, que um novo modelo na linha Ferrari, a surgir almejando substituir o California ou, ao invés, criar um novo automóvel com posicionamento de mercado inferior ao California, apostará fortemente no motor V6 twinturbo de 2.891cc3 de capacidade que já equipa o Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio Verde e que foi alvo de elogios unânimes por parte de críticos e clientes.

    Parece que a estratégia continua ser a da revisão em baixa: de preços, de cilindros e de capacidade. Parece mais do que nunca declarada a ambição de concorrer com o público-alvo do Porsche 911, sobretudo em termos de preço, e continuar a piscar o olho aos mercados chineses e do médio-oriente. Acredito todavia que será um êxito de vendas. Bastará para se tornar um verdadeiro Ferrari, agora que os motores naturalmente aspirados morreram e cessou a aliança com a casa Pininfarina? Bastará para incutir o sonho de ser proprietário Ferrari um dia, nas gerações actuais e vindouras? Bastará para nos incutir o desejo de trocar o(s) nosso(s) Ferrari por um desta nova filosofia?

    Um abraço.
     
  7. AlfistaPortoghese

    AlfistaPortoghese Moderator
    Lifetime Rossa

    Mar 18, 2014
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    Full Name:
    Nuno
    Projecto F16X: Um SUV híbrido de 5 portas, a ser lançado em 2021 (ou mais cedo, digo eu, dependendo da performance comercial do Urus, que servirá muito provavelmente de benchmark):

    A Ferrari SUV Will Arrive In 2021

    A nova Ferrari está aí.

    Um abraço.
     
  8. Makuono

    Makuono Formula Junior
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    Feb 15, 2014
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    Full Name:
    Ricardo
    #58 Makuono, Jul 23, 2017
    Last edited: Jul 23, 2017
    Na altura em que o F40 (talvez o Ferrari que "democratizou a paixão pela marca") faz 30 anos, uma excelente entrevista com o Nicola Materazzi - pai do 288GTO e GTO evolucione, carros que foram a base para o F40.

    https://www.youtube.com/watch?v=AlX-kgJuzxU&t=233s

    Incrível perceber como a Ferrari funcionava nos anos 80s (organização, engenharia, criatividade, ódios :)), e ver como o quanto evoluiu como empresa até aos dias de hoje.

    Numa altura em que a Ferrari é o epitome da excelência do motor a combustão interna, e em que observamos (com tristeza) a obsolescência desse mesmo tipo de motor (a acelerar a cada ano que passa), será interessante observar o que a liderança da empresa irá fazer para assegurar a sustentabilidade da Ferrari.

    Será que a Ferrari:
    - irá manter-se como o sinónimo da excelência do motor a combustão interna e veículos de corrida/exoticos com pedigree na competição, num mercado (combustão interna) que cada vez será mais limitado, correndo o risco de ver o seu mercado desaparecer - seja por legisladores, novos mindset, razões económicas ou outras. Correndo o risco de desaparecimento;
    - irá ambicionar ser o simbolo de excelência de veículos de corrida/exoticos/luxo com pedigree na competição, com novos e inovadores tipos de motor, e novos formatos de automóvel (SUV por exemplo), correndo o risco de competir com novos parceiros (TESLA/Rimac), perder o conhecimento adquirido durante décadas de desenvolvimento dos MCI, afastar os clientes/aficionados da marca;

    Gostava de poder assistir às reuniões de estratégia da marca e perceber de que forma o futuro da Ferrari está a ser discutido.
     
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  9. AlfistaPortoghese

    AlfistaPortoghese Moderator
    Lifetime Rossa

    Mar 18, 2014
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    Full Name:
    Nuno
    Da mesma forma que, outrora, nos despedimos do som inconfundível e cheio de carácter dos carburadores, também no capítulo da acústica ao longo da presente década nos estamos a despedir de uma era:

    https://www.youtube.com/watch?v=X-fLy5jf0As

    Um abraço.
     
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  10. MDEL

    MDEL F1 Rookie
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    Feb 24, 2016
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    Full Name:
    Mario
    Caros amigos,

    Socorrendo-me de alguma literatura em língua inglesa sobre a temática da sonoridade dos Ferraris e sem qualquer pretensão de querer dominar a complexa mecânica dos seus motores aspirados, seguidamente compilei algumas explicações técnicas que nos ajudam a entender a razão desses sons tão característicos e únicos.

    O fascínio Ferrari muitas vezes é mais auditivo do que visual. Mesmo antes de aparecerem dentro do no nosso alcance visual os Ferraris habituaram-nos a anunciar a sua presença através de uma fanfarra que é inconfundível. Que se saiba a Ferrari nunca tentou registar ou patentear o som dos seus motores e provavelmente a razão para tal é o facto de saber através da sua longa experiência que a imitação desse som por parte de qualquer outro fabricante significaria uma alteração radical dos motores e representaria um esforço titânico e um investimento colossal.

    O facto dos motores Ferrari terem a cambota num plano único do tipo “flatplane” (Fig.1), auxilia-os a alcançar essa sonoridade tão própria. Os motores atmosféricos V8 e V12 da Ferrari são bastante mais rotativos do que os da grande maioria dos outros fabricantes que utilizam a cambota tipo cruzada “crossplane”(Fig.2) e, por isso, o seu cantar tem um timbre único onde existe uma simbiose entre os agudos, médios e graves e não um gargantear em que o som audível é torpe. Fora do mundo dos motores de competição só um punhado de construtores se deram até hoje ao trabalho de produzir V8 e V12 com cambota “flatplane”. A Lotus por exemplo costumava faze-lo assim como a TVR que acabou mas, a Ferrari, é um dos poucos que persiste, entretanto a Ford fê-lo também mais recentemente com o V8 do Shelby GT350 Mustang. Como está implícito no nome, a cambota “flatplane” tem as bielas espaçados entre si 180º e num único plano ao contrário da cambota “crossplane” que num motor V8 tem as bielas espaçadas entre si 90º.

    A especificidade da cambota tipo “flatplane” utilizada nos motores Ferrari faz com que o motor balanceie entre os seus lados opostos criando uma vibração secundária que é sem dúvida superior à dos motores com bielas espaçadas entre si 90º. Todavia a cambota “flatplane” tem a vantagem de não necessitar de ter contra-pesos para equilibrar o peso estático dos pistons e das bielas e, devido a sua menor massa rotacional, o motor consegue ser mais rotativo o que se traduz numa maior potência e uma resposta mais imediata do acelerador. Outra grande vantagem deste tipo de motores é a sequência do disparo dos pistons que alternam esquerda, direita entre os dois grupos de cilindros proporcionando um melhor fluxo de ar e a “lavagem” dos gases de escape. Melhor “respiração” do motor significa mais potência e maior eficiência. O disparo uniforme dos cilindros também permite a utilização de colectores de escape de desenho muito mais simples pois não é necessário utilizar os longos tubos cruzados dos motores com cambota “crossplane” que mais parecem um ninho de serpentes por cima da cabeça do motor.

    Em suma um motor V8 com cambota “flatplane” é mais pequeno, mais leve e tem um centro de gravidade mais baixo do que um equivalente com cambota “crossplane”. Como é mais rotativo, acaba por ter uma maior velocidade de ponta e o seu único “se não” é a vibração “secundaria” que não representa qualquer inconveniente num carro de pista ou mesmo num Ferrari desportivo. De qualquer forma a Ferrari compensa essa vibração natural utilizando nos seus motores materiais mais leves e sofisticados, que estão fora do alcance da maioria dos construtores e, também, através do diâmetro dos cilindros que é muito maior do que o curso dos pistons.

    Como é que tudo isto se traduz numa acústica única ? Quanto mais rápido a cambota rodar mais alta é a frequência e o volume do som gerado e como os motores Ferrari são mais leves existe menos massa capaz de absorver o som produzido. Todavia e ainda de maior importância é a ordem uniforme do disparo dos cilindros nos motores com cambota “flatplane” o que faz com que os fluxos do pulsar da mistura ar/ combustível e dos gases de escape estejam em sincronia. Isso propicia um som do motor com um coro de harmónicas muito próprio e especial.

    No que concerne a exaustão também os tubos colectores que transportam os gases extraídos de cada cilindro até ao escape são afinados como se de tubos de um órgão musical se tratassem, para evitar a formação de contrapressões que dificultem a saída do fluxo de gases do motor. Quando o comprimento desses colectores é meticulosamente determinado cria-se uma onda de pressão que dá lugar a uma expressão sonora. Depois da mistura combustível ar ser sugada para dentro dos cilindros, o ar começa retumbar à medida que as ondas de pressão se desenvolvem num vai e vem. A Ferrari há muito que se tornou num grande maestro em tudo aquilo que toca a orquestração das notas geradas pela admissão e pelo escape do motor conseguindo misturar as mesmas harmoniosamente com o uivo da cambota.

    Penso que existe um certo consenso relativamente ao facto dos motores turbo V8 que equipam por exemplo o Ferrari 488 GTB e o Califórnia T terem transformado o grande Tenor Pavaroti que há nos motores atmosféricos V8 e V12 numa espécie de soprano. Devido à proliferação dos motores Ferrari turbo V8 como forma de reduzir as emissões de CO2 , isso faz com que todos aqueles que hoje em dia ainda conduzem e ouvem os modelos equipados com motores V8 e V12 atmosféricos Image Unavailable, Please Login Image Unavailable, Please Login já sejam apelidados de privilegiados.
     
  11. Makuono

    Makuono Formula Junior
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    Feb 15, 2014
    998
    Full Name:
    Ricardo
    Caro Mário,

    Excelente partilha de conhecimento. São estas particularidades e subtilezas que tornaram a Ferrari no que é hoje.

    De facto, conduzir um Ferrari N/A é um privilégio, deve ser celebrado e apreciado.

    Abraço,

    Ricardo
     
  12. DOliveira355

    DOliveira355 Karting

    May 5, 2015
    61
    Estimado MDel
    Adorei ler a sua fantástica explicação sobre o som motores Ferrari!
    Agora percebo melhor o porquê de um dia tinha eu 20 anos, ao ouvir um 355 ao longe e depois mais próximo em alta rotação, ter pensado:"isto é único, melhor só um carro competição "
    Um grande abraço
     
  13. TopspeedPT

    TopspeedPT Formula Junior

    Jul 6, 2012
    981
    Portugal
    Ferrari Crossover Is Coming As Company Is Already Debating How Many To Build


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  14. MDEL

    MDEL F1 Rookie
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    Feb 24, 2016
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    Mario
  15. AlfistaPortoghese

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    Mar 18, 2014
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    Full Name:
    Nuno
    Prezado Mário,

    Que prazerosa e enriquecedora lição!

    Pessoalmente considero que o acto de tomar contacto com estes detalhes técnicos enriquece a experiência de se ser proprietário Ferrari. Não só a cor, não só o design, não só o som mas também e igualmente este saber que connosco partilhou. Lembro-me frequentemente de detalhes similares sobre a mecânica e a história Ferrari quando estou ao volante!

    Plena, incondicional e irredutivelmente de acordo, Ricardo! Acredito ainda que essa sensação deverá ser fortemente adensada com o passar do tempo, já que o futuro está a fazer com que se percorram caminhos muito diferentes daqueles trilhados até agora, quer a nível político e ambiental, quer a nível de estratégia comercial da marca, que são frontalmente opostos à essência da marca e que serão impossíveis de reverter, mesmo até que existisse essa vontade por parte dos "poderes superiores".

    Um abraço.
     
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  16. AlfistaPortoghese

    AlfistaPortoghese Moderator
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    Mar 18, 2014
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    Europe, but not by much.
    Full Name:
    Nuno
    https://blog.caranddriver.com/ferrari-officially-confirms-its-fuv-placing-profit-over-decades-of-sports-car-tradition/

    O título do artigo parece-me, com efeito, apesar de duro e frio, extremamente acutilante, certeiro e verdadeiro: A Ferrari confirma o lançamento de um SUV, colocando o lucro à frente da longa tradição (rica e inigualável, acrescento eu) de fabrico de automóveis desportivos.

    O facto de Marchionne apelidar esta nova criação de FUV (Ferrari Utility Vehicle) ao invés de SUV, parece-me um infantil e cínico jogo semântico. Ou seja, 18:45h não são seis e quarenta e cinco, mas sim um quarto para as sete, o que para Marchionne é completamente diferente, na tentativa de criar identidade própria e escapar ao rótulo SUV através de "smoke and mirrors".

    https://www.nbcnews.com/business/autos/bowing-market-pressure-ferrari-making-suv-n809561

    Outro artigo inteiramente verdadeiro no seu título: Cedendo à pressão do mercado (leia-se Lamborghini Urus), a Ferrari produzirá um SUV.

    Longe vai o tempo em que a Ferrari ditava as tendências. Longe vai o tempo de uma famosa citação do fundador: "As exigências da produção em massa são contrárias ao meu temperamento".

    Marcar a diferença não consiste apenas e só em fazer o mesmo que todos os demais, espetando um símbolo diferente na dianteira do veículo. Há infelizmente algum tempo que a Ferrari não dita nem inaugura tendências de engenharia e/ou electrónica, pelo que dou de barato que o novo SUV/FUV será extremamente dinâmico, mas dificilmente será radicalmente diferente dos concorrentes Bentayga e Urus. E a Ferrari nunca marcou a diferença apenas e só pela velocidade e pela dinâmica. Também por aí, é certo, mas felizmente está longe de se resumir a tal. Por vezes (como desta feita, pensou eu), marcar a diferença consiste em não fazer o que todos os outros fazem.

    Tenho lido amiúde que, junto dos precursores desta linha de raciocínio e mercado por parte da Ferrari, esta postura de mercado é fundamental para se adaptar aos tempos e manter a empresa saudável e sólida financeiramente. Curioso é, pois, verificar que a Ferrari é actualmente uma das marcas mais valiosas e mais lucrativas anualmente da indústria onde se insere, mesmo ANTES do lançamento de um SUV. De acordo com os relatórios financeiros divulgados, a Ferrari não é uma empresa em dificuldades, nem uma empresa estagnada. Por muito que se tente vender essa ideia por forma a, pelo menos parcialmente, justificar o lançamento do famigerado SUV, tal constitui uma falácia de perna curta.

    Posto isto, nada mais há de sagrado, nem na Ferrari nem na indústria automóvel. Sejamos francos: que mais anticristo e herege existirá do que isto?

    Nem a palavra de Marchionne é sagrada: jurou a pés juntos que um SUV não interessava e não seria produzido. Ei-lo. Referiu igualmente que a Ferrari não está, nem estará, interessada em veículos eléctricos. Aceitam-se apostas para quando surgirão os primeiros híbridos (que, certamente,sairão para o mercado alardeando o regresso do motor naturalmente aspirado para efeitos de marketing, o que será mais uma jogada semântica, uma inverdade para ser simpático) e viaturas totalmente eléctricas, porque não? Está aberta a caixa de Pandora: a partir daqui vale tudo e já espero tudo. Após esta confirmação, já nem uma pick-up me surpreende ou ofende particularmente. Seria com certeza apelidada de Fick-up (tal como o FUV) e seria a mais dinâmica do mercado. Maximizemos o lucro e cavalguemos a onda. A que custo? Começo inclusivamente a sofrer de stress pré-traumático quando for anunciado o flagship V8, substituto do 488, uma vez que a Ferrari agora se assume como uma marca cada vez mais genérica.

    Acredito que o lançamento de um SUV por parte da Ferrari poderá ser potencialmente uma estratégica delicada, já que pela primeira vez, a meu ver, pode afastar proprietários e igualmente clientes da marca, algo que não me recordo nenhuma atitude da marca até hoje ter sequer remotamente esse potencial efeito.

    Não sei que mais me custa: escrever estas linhas ou ler novos artigos todos os dias que analisam e dissecam estas notícias.

    Um abraço,

    Nuno.
     
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