Ferrari Califórnia atmosférico - A História e a Caixa/transmissão | FerrariChat

Ferrari Califórnia atmosférico - A História e a Caixa/transmissão

Discussion in 'Portugal' started by MDEL, Aug 5, 2016.

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  1. MDEL

    MDEL F1 Rookie
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    Feb 24, 2016
    3,556
    Southern Europe
    Full Name:
    Mario
    Caros companheiros,

    Depois de ver-mos o companheiro Nuno (AlfistaPortoghese) ser empossado como o primeiro moderador lusófono da história desta secção do FerrariChat, o que é algo de inédito e de muito relevante para a nossa comunidade, não posso deixar de lhe desejar publicamente as maiores felicidades nesta nova função que estou certo saberá desempenhar com moderação, bom senso e acutilância.
    Como esta secção em português é um dos poucos elos de ligação e convivência que existem entre os proprietários e aficionados dos automóveis Ferrari que falam a lingua de Camões, aproveitando esta nova realidade tenho o prazer de vos apresentar seguidamente aquilo que é o meu modesto contributo para a dinâmica que se pretende imprimir a este espaço. Vou limitar-me a contar uma história em vários capítulos que começa pela procura e compra do meu Califórnia e também, com base numa experiência recente e menos agradável que tive com a caixa de velocidades, terminar contando-a ao mesmo tempo que tentarei explicar de uma maneira o mais simples possível, para não especialistas, o que é uma transmissão de dupla embraiagem, como surgiram os problemas na do meu Cali e como foi feito o diagnóstico e a reparação.


    CAPITULO I

    A PESQUISA E A COMPRA (Fotos 1 e 2)

    Em Fevereiro deste ano e depois de um período de pesquisa que durou bastantes meses, adquiri na Alemanha um Ferrari Califórnia de final de 2009. Com sensivelmente 19000 Km um único proprietário e uma extensão de garantia válida, cor nero não metálico e interior cuoio, suspensões magneride, escape Capristo com válvulas comandadas e um estado de conservação irrepreensível, ele preencheu todos os meus requisitos e por isso avancei na compra sem grande hesitação.


    O TRANSPORTE (Foto 3)

    O transporte para Portugal foi feito num camião fechado da Rodo Cargo e o Cali foi carregado na Alemanha uma segunda feira às 09.00 horas e descarregado perto de minha casa às 18.00 horas de 5a feira. O processo de legalização entreguei-o à ImportMyCar e demorou cerca de 15 dias pelo que ao fim de três semanas já circulava com a matrícula portuguesa.


    AS PRIMEIRAS VIAGENS (Fotos 4 e 5)

    As duas viagens que realizei com o Cali foram ambas entre Lisboa e o Alentejo. Na primeira o tempo esteve magnifico o que permitiu conduzir com a capota baixa nas belas estradas secundárias das planícies alentejanas. Uma experiência magnifica a de ouvir o roncar do escape Capristo com as válvulas abertas ao mesmo tempo que se respirava o odor a campo e a flores primaveris. A segunda viagem que foi um dia inteiro foi realizada com a capota fechada em virtude de o tempo estar muito chuvoso. Essa foi a primeira vez que conduzi o Cali em estrada e auto-estrada com chuva intensa e, nessas condições, logo me apercebi que com este tipo de automóveis desportivos de tração às rodas traseiras e com potência relativamente elevada, qualquer erro de aceleração em curva pode ter consequências imprevisíveis. Curiosamente em auto-estrada e mesmo com muita chuva, a uma velocidade da ordem dos 160 Km/hora o Cali mostrou-se extremamente seguro e inspirando uma grande confiança.

    PS- Publicarei o Capitulo II o mais brevemente possível.
     
  2. MDEL

    MDEL F1 Rookie
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    Feb 24, 2016
    3,556
    Southern Europe
    Full Name:
    Mario
    #3 MDEL, Aug 6, 2016
    Last edited by a moderator: Sep 7, 2017
    AS PRIMEIRAS VIAGENS (cont.) (Fotos 6 e 7)

    Quem pensa que um Ferrari só pode ser utilizado em estradas asfaltadas que se desengane pois estas fotos foram realizadas no Alentejo depois de o Cali ter feito alguns quilómetros numa estrada rural não pavimentada. Embora a estrada não estivesse esburacada e a velocidade de circulação fosse sempre reduzida, a suspensão magneride contribui para que o passeio tivesse um mínimo de conforto. Como o tempo estava seco a poeira levantada nesta estrada foi muita e deixou o Cali a precisar mesmo de uma boa lavagem.


    AS VOLTINHAS (Fotos 8,9,10,11)

    O Ferrari Califórnia é um automóvel desportivo GT com uma elevada performance, quando comparado com outros veículos equivalentes de outras marcas, e é acima de tudo muito versátil pois com a capota fechada é um coupé que pode ser usado no dia a dia e, em 14 segundos, transforma-se num descapotável. Esta versatilidade faz com que seja muito agradável de utilizar quando está bom tempo e mesmo a alta velocidade com a capota aberta e
    com o deflector de ar montado, a turbulência no habitáculo é praticamente nula.
    Há experiências um pouco mais radicais como conduzir o Cali descapotável através de un túnel, a acelerar com as válvulas do escape Capristo abertas, e a sensação é extraordinária e muito difícil de descrever mas pode-se dizer que nos provoca pele de galinha.
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  3. jorge da cruz

    jorge da cruz Karting

    Sep 4, 2015
    236
    Luanda Angola
    Full Name:
    Jorge Da Cruz
    #4 jorge da cruz, Aug 8, 2016
    Last edited: Aug 8, 2016
    MDEL

    P A R A B É N S !!

    Esse teu Cali é muito bonito apesar de nero... A combinação é Linda Nero/Tan...

    E já sei a quem vou tocar á campainha qdo passar á ação e avançar p a compra de outro Ferrari que ando a ver e a acompanhar se baixa ao máximo para investir meter no "congelador ...

    (Inclui a compra de V12 Da Ferrari nas minhas opçôes de investimento seguro e valorização de patrimonio tirando tb assim algum prazer ocasionalmente do dinheiro para ai encaminhado.)

    F12 será uma das proximas opções prox ano ... Certamente ...

    Tb eu depois de andar uns 9 meses a amadurecer a minha compra em Fevereiro abalei para Espanha para lá ir ver um 599 ( MUITOS & muitos anos depois de ter apanhado o bichinho da Ferrari e me terem passado pelas mãos várias outras máquinas execelentes sobretudo Alemã ditas + Fiávéis ..... Voltamos sempre a pensar na antiga namorada de juventude * minhas histórias do Acta) 599 esse que se não fosse como pensava subia á Alemanha ... a ver outros.

    Ora correu bem pois o carro em questão além de muita bonito estava em mãos de pessoas qeu o cuidavam bem depois de ter sido (p/3 Anos) o carro do director comercial da Ferrari Santogal Madrid...

    MY CAR e RODO CARGO são agora coisas incontornávéis ... Pra Futuras opções assim como um outro conselho....Teu Nessa Parte

    Essas Histórias a minha e como a tua da compra desse teu CALI são coisas inesquecivéis para quem as vive nenhum dinheiro do mundo paga esses momentos !

    Cali não é um bebé a incluir na minha lista pois tinha já um M6 cabrio e a minha opção mesmo era ir directo ao "PAI GRANDE" Que são os V12 ou 575 F1 ou 599 ... F12 ( next).

    Apesar da familia ter ficado muito menos animada pois 4 lugares para eles era melhor. Procurava um Ferrari que tenha sido produzido em menor numero que os outros.

    Não esqueci ainda o 575 F1 como bebé a por no "congelador."..

    Mas prefiro mesmo essas coisas novas + sofisticadas como os Cali ou F12 ... FF pra mim pessoalmente é muita Feio !Scaglietti 612 (acho que não revalorisa tanto)

    Meu carro deixei com a matricula espanhola (ainda) pois tenho residencia e actividade comercial em Ourense e foi melhor seguir o conselho do vendedor pois o mercado Espanhol é maior e uma boa opção de revenda + tarde deste 599...

    Quase não tenho tempo para andar com o 599 (o tal " congelador"), salvo umas duas semanas por ano somadas ... ora ... adiei isso! ...
    O que não foi assim tão bom pois ao comprar assim (manter placas ) de Espanha tens que pagar IVA fazer seguro (carissimo lá) o que representa quase 30% da legalização em Portugal...

    Lindo esse teu Cali... Fico Feliz ...

    Olhem que a Alemanha apesar de nós Lusos a termos sempre em boa cotação não é assim tão bom mercado no que diz a "fiabilidade do q lá se vende" pois há 27 anos comprava dezenas de carroa lá para aqui p Angola e SÃO TB MUITO ALDRABÕES" e pensam sempre que nós do sul somos uns burrinhos ...

    Sobretudo TOPO DE GAMA que não seja BMW-MERCEDES

    Porsche Ferrari Maserati etc tec MUITA ATÊNÇÃO ... Por lá ...

    Desconfio muito qdo não são concessionários oficiais. é de evitar...

    Abraço...
     
  4. MDEL

    MDEL F1 Rookie
    Rossa Subscribed

    Feb 24, 2016
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    Mario
    #5 MDEL, Aug 8, 2016
    Last edited by a moderator: Sep 7, 2017

    CAPITULO II

    A Correção de Pintura e o Detalhe (Fotos 12 a 23)


    A cor nero não metálico é uma das mais difíceis de manter em qualquer automóvel e quando vista à luz do sol até uma simples dedada se torna muito perceptível. Embora o meu Cali parecesse estar impecável de pintura quando o vi antes de o adquirir, a primeira vez que o observei mais em detalhe à luz do sol apercebi-me logo que existiam alguns swirls no capot e em vários outros locais provavelmente motivados por lavagens defeituosas. Como não consigo conviver com um automóvel que apresenta defeitos na pintura, contactei a CarDetail no sentido de procederem a uma avaliação completa do seu estado. Após essa verificação foi-me proposta a repintura completa do capot e a correção de todas as restantes zonas.

    A correção é um processo de restauro e rejuvenescimento total da pintura de um automóvel realizada através da eliminação de todas as imperfeições superficiais. Essas imperfeições podem ser coisas como swirls, riscos muito finos, dejectos de aves, marcas de chuva ácida, hologramas e também riscos isolados mais profundos. O termo correção da pintura só é corretamente utilizado se as imperfeições forem efetivamente removidas e não tapadas ou disfarçadas com fillers.

    A foto 12 mostra a chegada do meu Cali à CarDetail onde outros automóveis aguardavam diversos tipos de intervenções. Antes de procederem aos trabalhos de pintura e correção a primeira operação realizada foi uma lavagem em profundidade e a descontaminação completa da pintura do Califórnia . Posteriormente foram desmontados diversos acessórios como os faróis traseiros, letterings, etc .Foto 13 e iniciados os trabalhos de correção Fotos 14,15,16.

    Seguidamente as rodas foram removidas Fotos 17,18 e procedeu-se ao detalhe das pinças dos travões e à limpeza integral de todas as zonas do interior dos guarda-lamas. O difusor e toda a parte inferior do Califórnia foram limpas e detalhadas Foto 19.

    Foi aplicado sobre a pintura um coating cerâmico de alta resistência cuja função é reduzir a possibilidade de swirls e pequenos riscos e para terminar foi colocada película transparente XPEL ULTIMATE nos para-choques, no spoiler, no difusor, nas embaladeiras e em nas arestas dos guarda-lamas Fotos 20,21,22.

    O resultado final foi muito gratificante o aspecto do Califórnia estava como novo em folha, a pintura apresentava um reflexo como se fosse um espelho e os faróis, rodas, pinças dos travões, letterings , símbolos, etc anharam nova vida. Foto 23
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  5. jorge da cruz

    jorge da cruz Karting

    Sep 4, 2015
    236
    Luanda Angola
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    Jorge Da Cruz
    Imaculado !!!! Top
    Mais um nome Car Detail ... O meu precisa tb dos mesmos mimos!
     
  6. MDEL

    MDEL F1 Rookie
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    Feb 24, 2016
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    Full Name:
    Mario
    #7 MDEL, Aug 9, 2016
    Last edited by a moderator: Sep 7, 2017
    CAPITULO II (cont.)

    O interior (Fotos 24 a 29)

    O interior do meu Califórnia é monocromático e em Cuoio com tapetes da mesma cor em Alcântara. Aproveitando a estadia na CarDetail foi todo limpo e a pele tratada em profundidade.

    Para a limpeza de rotina das zonas em Cuio utilizo um produto liquido americano que conheço à vários anos chamado LEXOL e com o qual obtenho muito bons resultados. São aplicadas algumas gotas sobre um pano de microfibra húmido com o spray LEXOL, e depois é passado sobre as superfícies a limpar (estofos, tablier, volante, forro das portas). Uma vez aplicado deixa-se actuar durante alguns minutos e depois remove-se com um pano húmido limpo. Esta limpeza regular complementada com um tratamento da pele duas vezes por ano, conserva o interior num estado impecável.

    Os tapetes em Alcântara são muito apelativos visualmente mas tendem a encardir-se com alguma facilidade e a sua limpeza não é fácil de efectuar pelos meios convencionais. A solução é a utilização de um produto chamado SONAX XTREME que é especifico para limpar superficies em Alcântara. Este produto alemão é vendido numa garrafa e utiliza-se da mesma forma que um creme de barbear. A espuma é aplicada sobre as superfícies em Alcântara a limpar e depois espalhada uniformemente deixando-a actuar durante 5 minutos. Finalmente passa-se um pano de microfibra húmido sobre as superficies tratadas e toda a sujidade é retirada no pano. Depois de testar este produto e verificar a sua eficácia deixei de me preocupar definitivamente com o assunto sapatos sujos.
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  7. RGigante

    RGigante F1 Rookie
    Owner Project Master

    Nov 1, 2006
    2,874
    Portugal
    Fantásticas fotos!!! Muitos parabéns, o carro é LINDO!!
     
  8. MDEL

    MDEL F1 Rookie
    Rossa Subscribed

    Feb 24, 2016
    3,556
    Southern Europe
    Full Name:
    Mario
    Muito obrigado………..
     
  9. lameiras

    lameiras Rookie

    Jan 6, 2011
    31
    Parabéns, está realmente fantástico. .
    E com sistema crapisto faz todo o sentido.. O stock/exaust dos Califórnia deixam um pouco a desejar. Os novos Califórnia T já veem corrigidos nesse sentido.
    Felicidades
     
  10. AlfistaPortoghese

    AlfistaPortoghese Moderator
    Lifetime Rossa

    Mar 18, 2014
    3,778
    Europe, but not by much.
    Full Name:
    Nuno
    Mui estimado amigo Mário,

    Muitíssimo obrigado pelas suas tremendamente gentis e amáveis palavras relativamente à minha pessoa e às novas funções nas quais fui investido, em larga escala devido à sua intervenção. Se não me equivoco, existiram no passado outros moderadores lusitanos mas o importante é que o fórum se redinamize, e isso só será possível através da mobilização de proprietários e entusiastas, através da partilha de conteúdos de indubitável riqueza tal qual é apanágio do estimado amigo Mário. Eu sou apenas mais um proprietário e uma ínfima parte desta comunidade, com a qual continuo a aprender diariamente! De resto, quanto menos o moderador intervir, melhor! :D

    Quero uma vez mais endereçar-lhe os meus sinceros parabéns pelo seu magnífico exemplar e renovar os votos de tremendas felicidades ao volante, com saúde!

    Devo salientar, numa nota meramente pessoal, que não me recordo ver um Ferrari na tonalidade exterior nero tão bem cuidado, com uma cor tão saudável, viva e resplandecente. Notável! Em determinados detalhes é mais do que evidente o zelo do proprietário com a sua máquina, e este é certamente um deles. Aproveito igualmente para explicitar que, como todos os Ferrari, acredito que ao vivo os factos supra citados se devem tornar ainda mais óbvios e admiráveis!

    O interior, além da escolha cromática que assenta que nem uma luva ao California, aparenta igualmente respirar e transpirar saúde. Um dos meus focos de preocupação é o apoio lombar do lado esquerdo do banco do condutor que, não infrequentes vezes, apresenta um desgaste natural com o passar do tempo, uma vez que é das zonas mais sacrificadas ao entrar e sair da viatura (que, para "atrapalhar" um pouco mais neste quesito, também é algo baixa em termos de altura ao solo). O California do amigo Mário, mais uma vez, passa com distinção e louvor!

    Agradeço encarecidamente o tempo que nos dedicou a partilhar o seu conhecimento e experiência. O Mário tocou em dois assuntos que muito me interessam, mas sobre os quais primeiro terei de me informar convenientemente, antes de o incomodar com dúvidas: a película XPEL e produtos especializados e eficazes para manutenção de interiores em couro.

    Uma pequena nota final em jeito de conclusão, se ma permitem: amiúde ouço também que o som do motor V8 que equipa o California atmosférico é algo discreto. Posto isto, apresento duas perspectivas:

    1) O California, enquanto digno, refinado e requintado Gran Turismo que é, está dotado de afinações mais compatíveis com esse estatuto do que propriamente com o estilo mais agressivo e cru de um Sports Car. Assim sendo, assumindo que de facto a orquestra que emana do V8 em disposição frontal é excessivamente discreta para alguns, considero que não é defeito algum! Quantas vezes a classe não anda de mão dada com a discrição?

    Além de que me recuso veementemente a aceitar que um Ferrari, seja que modelo for e independentemente da era a que pertença, tenha algum defeito: no máximo, terá idiossincrasias!!! :D

    2) Mesmo descartando o supra exposto por gosto pessoal ou qualquer outro motivo inteiramente legítimo, com um sistema completo Capristo, eis que o "problema" se esfuma de forma irredutível. Enquanto firme defensor de que os motores Ferrari devem respirar o mais pura e livremente possível (colocar "rolhas" como catalizadores nestes modelos é, para mim, a verdadeira definição de heresia), vibro com a escolha do Mário e imagino o quanto o seu California deve encantar à sua passagem!

    Leio avidamente a partilha do Mário que, não só agradeço repetidamente, como respeitosamente encorajo a que continue!

    Um abraço,

    Nuno.
     
  11. MDEL

    MDEL F1 Rookie
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    Feb 24, 2016
    3,556
    Southern Europe
    Full Name:
    Mario
    Muito obrigado.

    Curiosamente já tive a oportunidade de ouvir várias vezes em simultâneo lado a lado um Califórnia atmosférico com escape de origem e um T e, para o meu ouvido, as sonoridades de um e outro não tem comparação. O atmosférico é francamente superior pois o espectro sonoro é muito mais alargado ouvindo-se os graves, médios e agudos. No T o espectro é muitíssimo mais limitado pois basicamente só ouvimos os graves. Mas nem poderia ser de outra maneira pois é sobejamente sabido que os motores turbo tem grandes limitações ao nível da qualidade da sonoridade a qual, e em bom português, é muito menos sexy do que a dos aspirados.
     
  12. MDEL

    MDEL F1 Rookie
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    Feb 24, 2016
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    Southern Europe
    Full Name:
    Mario
    Caro Nuno,

    Antes de mais muito obrigado também pelas suas amáveis palavras mas sabe que em matéria de cores de automóveis e interiores os gostos são sempre muito pessoais e às vezes aquilo que é muito atractivo esteticamente para uns, para outros não o é minimamente. Independentemente dos gostos de cada um aquilo que é aplicável a qualquer automóvel deste nível é que uma pintura impecável e um interior bem conservado, além de tornarem o conjunto muito mais apelativo à vista e serem em certa medida a imagem do proprietário, são também uma forma de reduzir a desvalorização em caso de uma eventual venda.

    Através de conversas tidas com especialistas na area da pintura e detalhe automóvel, já ouvi muitas histórias acerca de como é fácil arruinar a pintura de um automóvel apenas mediante lavagens incorrectas e, infelizmente, a esmagadora maioria dos locais que lavam à mão, inclusivamente os concessionários das marcas, fazem-no incorrectamente. O resultado dessas lavagens deficientes é muito mais visível nalgumas cores escuras como é o caso do preto e muitas das vezes um automóvel que parece impecável quando o vemos no stand transfigura-se depois da primeira lavagem e quando o vemos directamente à luz do sol. Isto acontece porque os stands quando preparam os automóveis para venda utilizam fillers que disfarçam as imperfeições da pintura tais como riscos ligeiros e swirls e, esses fillers, são removidos depois das primeiras lavagens.

    Aproveitando este tema vou seguidamente terminar o Capitulo II com uma breve alusão acerca de como manter a pintura impecavelmente limpa sem ser necessário lavar o automóvel regularmente.

    Um abraço Mario
     
  13. MDEL

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    Feb 24, 2016
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    Mario
    #14 MDEL, Aug 12, 2016
    Last edited by a moderator: Sep 7, 2017
    CAPITULO II (cont)

    A conservação da pintura

    De um modo geral os Ferraris são automóveis que realizam uma baixa quilometragem anual, quando comparados com as viaturas utilitárias, e como estão normalmente estacionados numa garagem encontram-se muito menos expostos ao tempo e às vicissitudes. Há muitos exemplares que apresentam defeitos na pintura e arriscaria mesmo em dizer que as lavagens incorrectas e continuadas são provavelmente uma das principais causas. Como lavo os meus automóveis poderei voltar a este assunto oportunamente com alguns conselhos sobre como bem lavar um automóvel.

    As lavagens demasiado frequentes também não são muito recomendáveis em virtude de cada vez que a superfície da pintura é tocada, seja para lavar ou secar, existe sempre a possibilidade de introduzir nela algum tipo de defeito. No meu Califórnia e depois de realizar uma lavagem completa, mantenho a pintura sempre impecável com a utilização de um produto americano que considero milagroso e que dá pelo nome de Chemical Guys - Speed Wipe. Uma recomendação muito importante, o Speed Wipe só deve ser utilizado sobre uma pintura limpa para remover dedadas, pó e outras marcas superficiais. Nunca utiliza-lo quando o automóvel estiver sujo pois a passagem do pano de microfibra pode arrastar a sujidade e provocar swirls ou pequenos riscos. O Speed Wipe é pulverizado sobre a zona a limpar e imediatamente a seguir passa-se um pano de microfibra absolutamente limpo com movimentos sempre horizontais e nunca circulares. A melhor prática é a utilização de um pano de microfibra de qualidade e com formato o maior possível dobrando-o em quatro, e desta forma temos quatro faces do direito e outras quatro do avesso o que equivale a oito panos e vamos sempre alternando para os lados limpos à medida que os outros ficam sujos.
    Durante o período seco esta prática de manutenção permite manter o meu Califórnia sempre impecável sem ter que o laver regularmente. Outro procedimento que sigo é tapa-lo com a cobertura sempre que no dia seguinte não o vá utilizar e desta forma a acumulação de pó é muito menor. A respeito de cobertura e em virtude da sua incorrecta colocação poder riscar o automóvel, em baixo deixo uma instrução de como colocar a cobertura correctamente.

    COMO REMOVER E COLOCAR A COBERTURA CORRECTAMENTE

    Remover as extremidades dos pará-choques dianteiro e traseiro e retirar as carapuças dos espelhos retrovisores. Dobrar ambos lados da cobertura na direção do eixo central do veículo
    formando uma tira com aproximadamente 60 cm de largura (Foto 30).
    Dobrar a cobertura em seções de aproximadamente 1 metro começando pela parte da frente do veículo e acabando na traseira (Foto 31). Colocar a cobertura no respectivo saco.
    A utilização deste procedimento faz com que a última secção a ser dobrada corresponda à traseira do veículo pelo que para mais tarde voltar a colocar a cobertura começa-se por por sobre a traseira o conjunto dobrado procedendo às operações inversas de aquelas efectuadas nas Fotos 31 e 30.
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  14. AlfistaPortoghese

    AlfistaPortoghese Moderator
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    Mar 18, 2014
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    Europe, but not by much.
    Full Name:
    Nuno
    Aqui temos, sem sombra de dúvida, um tipo de diário de bordo de absoluta excepção!

    Se o Mário permitir, gostaria de lhe fazer uma pergunta:

    Poderia, por favor, descrever que tipo de sintomas verificou no California, antes de ter sido detectado o problema na caixa de velocidades que encontrou solução ao abrigo da extensão de garantia?

    Ando igualmente de forma incessante em buscas por este autêntico mundo que é a internet, por forma a tentar saber o número de corte a partir do qual os Californias e 458 já sairam de fábrica com esse tipo de problema de transmissão corrigido. Se o conseguir obter, partilharei imediatamente.

    Um abraço com estima e consideração.

    Nuno.
     
  15. MDEL

    MDEL F1 Rookie
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    Feb 24, 2016
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    Full Name:
    Mario
    Boa noite Nuno,

    O meu próximo post, provavelmente na próxima semana, concluirá o último capítulo desta série e será dedicado às caixas/transmissões (DCT) e aos problemas que tive nesta área com o meu Cali.
    Em resposta à sua pergunta posso dizer-lhe que existe um pouco a ideia, no caso do Califórnia é assim, que as DCT dos carros fabricados até 2012 tiveram alguns problemas, quase sempre motivados por falhas em sensores, e a partir daí foram aperfeiçoadas e tudo se resolveu. O que dizem os mecânicos do nosso concessionário responsáveis por reparar bastantes transmissões e que as conhecem muito bem é que as alterações nas DCT mais recentes foram mínimas e que aparecem também automóveis posteriores a 2012 com problemas na caixa. Tenho o exemplo recente de um F12 de 2013 que estava estacionado ao lado do meu Cali também com uma falha no sensor do veio principal da DCT.

    No caso do meu Cali os sintomas eram intermitentes, só de vez em quando se manifestavam e aconteciam espaçados no tempo, sempre a baixa velocidade na passagem da 2ª para 3ª. Quando se manifestavam, durante a passagem da mudança sentia-se um solavanco e curiosamente nunca apareceu a luz com o símbolo de avaria da caixa mas sim a mensagem "operation not admisable". Depois de suceder algumas vezes este problema ao longo de dois meses, solicitei ao nosso concessionário uma avaliação da situação. Conduziram o Cali todos os dias durante uma semana e não conseguiam replicar a ocorrência e preparavam-se para entrega-lo como estando em condições. Insisti que continuassem e expliquei em detalhe as circunstancias em que o problema ocorria e finalmente replicaram a avaria. Depois de 1 mês de testes e mais testes mandados sempre realizar pela fábrica, validaram que o problema se devia a uma avaria no sensor do veio principal da DCT. Ao abrigo da extensão de garantia existente avançaram com a reparação e de acordo com uma estimativa que me referiram muito recentemente esta brincadeira só em mão de obra vai custar à Ferrari uns 7K €.

    O 458 tem uma DCT semelhante à do Cali mas confesso que nunca pesquisei acerca de eventuais problemas havidos nesse modelo pelo que nada posso dizer. Todavia em caso de avaria da DCT os sintomas podem ser intermitentes e de difícil avaliação como aconteceu no meu Cali ou, em contrapartida, evidentes naquelas situações em que a caixa só mete as mudanças pares ou impares ou aparece o sinal luminoso de avaria de caixa.

    PS- Se pretender saber um pouco mais acerca das DCT que equipam os Ferraris modernos veja o meu próximo post onde tentarei explicar todo o seu funcionamento com uma linguagem destinada a pessoas normais como eu que não são especialistas nem em mecânica nem em electrónica automóvel.

    Um abraço

    Mário
     
  16. MDEL

    MDEL F1 Rookie
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    Feb 24, 2016
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    Mario
    #18 MDEL, Aug 18, 2016
    Last edited by a moderator: Sep 7, 2017


    CAPITULO III A caixa/transmissão (DCT)

    A caixa DCT do Califórnia e a ocorrência

    O Califórnia atmosférico quando do seu lançamento em 2008 foi o primeiro Ferrari a ser equipado com a nova caixa/transmissão de dupla embraiagem DCT (Dual Clutch Transmission). Na altura esta nova caixa foi unanimemente reconhecida pela critica como algo de excelente em virtude da sua fantástica performance na mudança das velocidades que se processa quase instantaneamente sem qualquer "lag". Posteriormente a Ferrari introduziu este tipo de caixa DCT em todos os novos modelos da sua gama 455, 488, FF, F12, Califórnia T, GTC4 Lusso.

    Nos primeiros anos depois do lançamento do Califórnia há registos de diversas ocorrências com as caixas DCT mas até 2012, e por imposição da GETRAG que é a empresa fabricante, nenhuma entidade exterior era autorizada a abri-las e repara-las. Sempre que existia um problema a caixa era pura e simplesmente substituída. A partir de 2012 tudo se alterou e a GETRAG autorizou a reparação das caixas DCT por entidades certificadas pelo que a Ferrari atribui a alguns dos seus concessionários a certificação grau 3 que os habilita a efectuar qualquer tipo de reparação nas caixas. O concessionário português VIAUTO tem essa certificação.

    Se ler-mos no FerrariChat os posts desde 2008 relativos a problemas nas caixas DCT dos Califórnias, verifica-se que a esmagadora maioria não são de indole mecânica mas tem a ver quase sempre com a falhas de sensores. Existe todavia a ideia que as caixas DCT dos automóveis posteriores a 2012 foram substancialmente melhoradas e não apresentam falhas mas, de acordo com a informação que obtive de quem as repara, há registo de várias falhas em Ferraris de vários modelos produzidos em 2013 e 2014.

    O meu Cali que é de Outubro de 2009 é um bom exemplo daquilo que pode suceder com uma caixa DCT. Quando o adquiri tinha uma folha de serviço absolutamente irrepreensível, 18.000 Km, um primeiro e único dono super cuidadoso, todas as revisões by the book, extensões de garantia desde Outubro de 2012 até à data. Durante os primeiros meses tudo funcionou às mil maravilhas sem qualquer falha mas um dia, quando circulava a velocidade muito reduzida, senti um solavanco brusco na passagem da 2ª para a 3ª e apareceu a mensagem "operation not admissable" mas não a luz de avaria de caixa. Durante cerca de 3 semanas tudo voltou ao normal e não houve qualquer ocorrência e de repente, novamente, repetiu-se exactamente o mesmo problema. Passou mais uma semana sem ocorrências e voltou a acontecer pelo que decidi pedir à Viauto que fizesse uma avaliação. Na primeira semana testaram o Califórnia em estrada todos os dias e não conseguiram replicar a avaria pelo que consideraram que tudo estava bem mas, como insisti que não estava, continuaram os testes e, finalmente, replicaram a avaria que ficou registada. A partir daí e ao abrigo da extensão de garantia que o meu Califórnia tem, foi iniciado um processo de diagnóstico com o envolvimento directo da fábrica. Durante 1 mês mandaram executar ao concessionário todo o tipo de testes possíveis e imaginários e, finalmente, validaram a avaria como sendo no sensor de velocidade do veio principal da caixa. Entretanto autorizaram que a reparação fosse realizada e actualmente o processo está na fase de conclusão.

    Fotos 32,33,34) Antes de remover a caixa/transmissão foi necessário desmontar todos os painéis que revestem a parte inferior, remover o difusor e o para-choques traseiro, uma parte do escape, o trovão de mão, os discos dos travões e as rodas traseiras.

    Foto 35) Vista da caixa já preparada para poder ser removida.

    Foto 36) Um F 12 de 2013 junto ao meu Cali exactamente com o mesmo problema de caixa

    Foto 37) Vista após a remoção da caixa

    Foto 38) Vista da caixa DCT na bancada à aguardar reparação


    (brevemente apresentarei um post final com da história e a explicação do funcionamento das caixas DCT)
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  17. F430Modena

    F430Modena F1 Rookie

    May 26, 2005
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    Portugal
    Dá gosto ter um proprietário que partilha estas informações :)

    Sobre as caixas DCT é um facto que alguns Ferrari em Portugal foram trocadas por caixas novas, lembro de dois f12´s e um speciale com os mesmos problemas, aqui referidos.

    Não sabia que agora já reparavam as mesmas, acredito que com a troca massiva de caixas a Getrag tenha optado por dar formação aos concessionários , para ficar menos dispendioso.
     
  18. MDEL

    MDEL F1 Rookie
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    Feb 24, 2016
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    Mario
    Boa tarde Tiago,

    Antes de nada obrigado pelas suas palavras amáveis. Segundo o que me foi explicado na Viauto antigamente e sensivelmente até 2012, sempre que surgia um problema com as caixas DCT a Ferrari fábrica mandava substitui-las. A razão para tal prendia-se com o facto da Getrag não autorizar a abertura e reparação das caixas realizada por entidades externas à empresa.
    A partir de 2012 a Getrag começou a autorizar a abertura e reparação das caixas nos concessionários Ferrari certificados para o efeito com o grau 3. A Viauto tem esta certificação já há bastante tempo.

    No meu próximo post estão algumas fotos onde se vê a caixa reparada já instalada no conjunto do eixo traseiro que está prestes a ser montado de novo na sua posição.


    Um abraço

    Mário
     
  19. MDEL

    MDEL F1 Rookie
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    Feb 24, 2016
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    Mario
    #21 MDEL, Aug 19, 2016
    Last edited by a moderator: Sep 7, 2017
    CAPITULO III A caixa/transmissão (DCT)

    A caixa DCT do Califórnia e a ocorrência (cont.)

    A caixa DTC foi entretanto reparada e como as fotos seguintes 39,40,41 documentam esta já foi montada novamente no eixo traseiro. O conjunto irá ser muito em breve recolocado no Califórnia e em seguida tudo aquilo que foi desmontado (travões, rodas traseiras, partes do escape, painéis de fundo, pára-choques traseiro, etc) voltará a ser montado nas posições originais.
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  20. MDEL

    MDEL F1 Rookie
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    Feb 24, 2016
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    Mario
    #22 MDEL, Aug 21, 2016
    Last edited by a moderator: Sep 7, 2017


    CAPITULO III A caixa/transmissão (DCT)

    A caixa DCT a história e o funcionamento


    O inventor da caixa/transmissão DCT (Dual Clutch Transmission) foi o engenheiro francês Adolf Kégresse que a instalou num Citroen Traction Avant de 1939 por forma a testá-la. Após essa experiência o sistema DCT não recebeu a aceitação dos fabricantes de automóveis em virtude da tecnologia mais tradicional ter um melhor custo beneficio.
    A caixa/transmissão DCT foi utilizada novamente só em 1980 quando a Porsche a adoptou nos seus modelos 956 e 962 que correram as 24 horas de Le Mans e mais tarde em 1985 a Audi instalou a caixa/transmissão DCT no Sport Quattro S1 de rali conduzido por Michèle Mouton.
    As transmissões DCT que equipam todos os Ferraris modernos e cujo pioneiro foi o Califórnia, são projectadas e fabricadas pela Getrag em colaboração com a Ferrari. (Foto 42)

    Aspecto visual de uma caixa/transmissão DCT (Foto 43)


    O princípio operativo das caixas/transmissão DCT que equipam todos os Ferraris actuais baseia-se na ideia em que existem duas sub-caixas independentes cada uma ligada ao motor através de uma embraiagem. Uma destas sub-caixas contem as velocidades impares 1,3,5,7 e a outra as pares e a marcha-atrás 2,4,6,R. (Foto 44)


    Graças à utilização coordenada das duas embraiagens, no momento da troca para uma mudança superior a nova mudança já se encontra pré-elecionada. A única acção que se realiza durante esta troca de mudanças é a abertura e fecho das embraiagens. (Foto 45)


    Qualquer Ferrari dos modelos modernos tem diversos dispositivos electrónicos que controlam o motor e a caixa/transmissão e que comunicam entre si. (Foto 46)


    A TCU (Transmission Control Unit) é o cérebro electrónico da caixa /transmissão DCT com a qual comunica. (Foto 47)


    A TCU por sua vez comunica também com a ECU (Engine Control Unit) do motor.(Foto 48)
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  21. AlfistaPortoghese

    AlfistaPortoghese Moderator
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    Mar 18, 2014
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    Europe, but not by much.
    Full Name:
    Nuno
    Encontro-me absolutamente encantado sempre que o Mário coloca um comentário. Excelente partilha e excelente conteúdo. De uma raridade extrema encontrar este tipo de informação de forma tão clara, pedagógica e ainda por cima na língua de Camões.

    Relativamente às caixas de velocidades Getrag, são de facto consideradas pela crítica como uma maravilha moderna da técnica. Em termos de manuseio, encontro-as extremamente precisas, desportivas e estonteantemente rápidas, muito além de qualquer descrição teórica.

    De acordo com a informação que me tenho esforçado por reunir, existem duas questões curiosas:

    1) Os problemas relacionados com as caixas Getrag prendem-se maioritariamente (quase exclusivamente) com questões electrónicas/software, e não com questões de índole mecânica.

    2) Se não me equivoco, a caixa Getrag que equipa os California e os 458 por exemplo, é partilhada com o Mercedes-Benz SLS (a nível de hardware - desconheço se com a mesmíssima configuração electrónica) e, curiosamente, no caso do veículo germânico, não encontro registos de relevo que se prendam com a caixa de dupla embraiagem.

    Que tal tem sido a sua experiência com o concessionário oficial em Portugal, estimado amigo Mário?

    Um abraço com estima e votos de um excelente Domingo!

    Nuno.
     
  22. MDEL

    MDEL F1 Rookie
    Rossa Subscribed

    Feb 24, 2016
    3,556
    Southern Europe
    Full Name:
    Mario
    Caro Nuno,

    Finalmente tenho a caixa reparada e a ser recolocada pelo que durante a próxima semana fica tudo concluído mas, como comecei as minhas férias, só o vou buscar no dia 3 de Setembro.
    A Viauto neste caso executou um trabalho profissional atendendo à complexidade da tarefa que dá para perceber vendo as fotos que publiquei sobre o assunto.

    Relativamente às caixas DCT que equipam o Califórnia e o 458 são efectivamente semelhantes às do Mercedes SLS mas segundo li parece que no caso destes dois modelos estão mais "puxadas" e aí talvez esteja uma das razões pelas quais tem mais problemas. Os problemas são quase sempre relacionados com falhas nos sensores cujo custo não é muito elevado mas, o que realmente é muito dispendioso e moroso, são as operações de desmontagem, reparação e recolocação da caixa/transmissão.

    Um bom Domingo também para si e um grande abraço

    Mário
     
  23. AlfistaPortoghese

    AlfistaPortoghese Moderator
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    Mar 18, 2014
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    Europe, but not by much.
    Full Name:
    Nuno
    Muito obrigado Mário, por ter partilhado a sua experiência e opinião.

    Se me permite a intervenção, devo dizer que cada vez mais estabeleço paralelismos entre o Mondial e o California. Infelizmente não me recordo quem afirmou que o California é uma espécie de Mondial dos tempos modernos e, efectivamente, alinho pelo mesmo diapasão.

    Acredito fortemente que o California irá envelhecer de forma extremamente graciosa, mais ainda na sua versão estritamente atmosférica, uma configuração que se arrisca a ser cada vez mais rara e nostálgica, dados os tempos que correm e os ventos que se sentem emanar das últimas tendências da indústria automóvel (downsizing, turbocompressão, tecnologias híbridas, etc).

    Apesar de não estar na posse de números certos e fiáveis relativamente à produção e vendas do California, parece-me pacífico afirmar que o modelo foi (e continua a ser) um caso sério de popularidade e sucesso comercial. Arrisca-se, tal como o Mondial, a conhecer uma longa carreira comercial, com diversas adaptações e updates.

    É evidente que entre os primórdios da década de 80 e o corrente ano de 2016, muito mudou! No entanto, na minha modesta opinião, a versatilidade na utilização, o surpreendente conforto, a extrema praticidade e casamento harmonioso entre os 4 lugares e a performance digna de um Ferrari são aspectos que unem umbilicalmente ambos os modelos.

    Além do supra exposto, existe também aquele sorriso inenarrável que tanto um quanto outro coloca no rosto do seu proprietário, que pode desfrutar de momentos inesquecíveis na prezada companhia da família! Não serão eventualmente os modelos mais raros, nem mais caros, nem mais coleccionáveis nem mais performantes, mas vaticino que também o California, à semelhança do Mondial, vá paulatinamente adquirindo uma legião de fãs fiéis e entusiastas, que se recusarão separar-se do seu Ferrari não obstante a tecnologia e a potência continuarem a evoluir noutros modelos.

    Por outro prisma, este menos dourado, também une ambos os modelos alguns epítetos que ao longo dos anos lhes tentaram colar, sem fundo de verdade oficial e confirmado: que o Mondial era barato e lento, ou que o California nasceu como projecto Maserati que se descontrolou em termos de custos. Rumores similares perseguiram o 348. Tais situações são curiosas e chegam inclusive a divertir-me sobremaneira: reduzem drasticamente o preço das viaturas, o que acaba por significar que um entusiasta pode adquirir um belíssimo Ferrari a um preço fenomenal. Portanto, até isso acaba por ser positivo e não causa nenhuma espécie de mácula ao belíssimo Ferrari que o California inegavelmente é, assim como antes dele o Mondial e o 348, por exemplo, também o foram.

    Um abraço.
     

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